quinta-feira, 11 de junho de 2009

“4ª Paralisação” dos Policiais Civis da Bahia terminou sem acordo com o governo do Estado

A quarta paralisação dos policiais civis, finalizada às 8h desta quinta-feira (11), terminou sem acordo com o Governo do Estado. De acordo com representantes do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc), a categoria deseja seriedade do Governo na aplicação do reajuste salarial, ou seja, desejam receber o mesmo percentual oferecido aos delegados de polícia. A partir de agora, não existe outra alternativa a não ser a greve, prevista para ocorrer a partir do próximo dia 20 de junho, véspera das festas de São João.

“Finalizamos a paralisação sem nenhum indicativo de negociação com o Governo. No entanto, destaco que buscamos apenas um tratamento isonômico nessa negociação. Na nossa luta, também buscamos as promoções de 2007 e as referentes à aprovação da Lei Orgânica, além da CET (Comissão Especial de Trabalho), que já é oferecida em 100% aos delegados. Queremos que esse benefício seja estendido à nossa categoria, já que também temos direito a ele”, esclareceu o secretário-geral do Sindpoc, Bernardino Gayoso.

O secretário informou ainda que o movimento permaneceu forte em todas as 523 delegacias, distribuídas por Salvador e interior da Bahia, com adesão de 100% da categoria à paralisação. “Apesar da paralisação, conseguimos evitar a fuga de presos em Itabuna e na 1ª DP, no Complexo dos Barris. Mesmo assim, nenhuma unidade deixou de apoiar a paralisação, tanto na capital como no interior do estado”, destacou Gayoso.Durante os três dias de paralisações a categoria manteve 30% do efetivo trabalhando. “Cumprimos o que determina a Lei, com os 30% do efetivo em atividade, conforme escala organizada pelo Movimento de Paralisação do Sindpoc. Seguimos religiosamente essa margem”, esclareceu o secretário-geral do sindicato.

Nesta paralisação (as outras três ocorreram em maio), continuaram suspensos serviços como a realização de diligências, atividades de cartório, escoltas ou transferências de presos. Também não funcionou o setor de retirada de inquéritos ou outras comunicações como ofícios, protocolos e visitas de internos das unidades. A exceção fica por conta das prisões em flagrante, capturas de procurados, homicídios e remoção de cadáveres, realizados normalmente.

Greve

De acordo com o vice-presidente do Sindpoc, Marcos Oliveira, na próxima quarta-feira, dia 17 de junho, às 9 horas, a categoria se reúne na Caminhada pela Dignidade, com concentração no Centro Administrativo da Bahia (CAB), quando serão definidos os rumos da greve, prevista para ocorrer no dia 20 de junho, caso sindicato e Governo não entrem num acordo.

Limite


Em matéria publicada na terça-feira (9), no jornal A Tarde, o superintendente de recursos humanos da Secretaria de Administração do Estado (Saeb), Adriano Tanbane, disse que as negociações com os policiais civis "chegaram ao limite". De acordo com o texto, Tanbane afirma que o Estado vai esperar para ver se a categoria vai cumprir a ameaça de greve a partir do dia 20 de junho. Ele conta ainda que as negociações começaram em novembro do ano passado e o governo oferece reajuste de 42%, além de outros ganhos.


Rebelião

A rebelião organizada por presos da 1ª DP, no Complexo dos Barris, em Salvador, terminou por volta das 17h de terça-feira (9). Os detentos aceitaram a proposta de transferência de 30 internos para o Presídio de Salvador. Durante a rebelião, cinco presos foram mantidos como reféns. As negociações foram acompanhadas pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar e conduzidas pelo delegado titular da 1ª DP, Omar Andrade Leal, e pelo diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, Ruy da Paz.

“O Sindpoc parabeniza todos os companheiros do interior e de Salvador que seguiram o calendário programado pelo Comando de Paralisação e, heroicamente, contiveram a fuga de presos da 1ª DP, nos Barris, e na cidade Itabuna, onde também houve rebelião e tentativa de fuga dos presos”, parabenizou Gayoso.


Posta Por Jorge Magalhães

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