quinta-feira, 25 de junho de 2009

Coronel pede demissão do comando da Guarda Municipal

Investigado por irregularidades no contrato de fornecimento de fardas para a Guarda Municipal de Salvador (GMS), o coronel José Alberto Guanais, comandante da corporação desde sua criação, pediu demissão do cargo nesta terça- feira (22) à tarde.

A decisão foi tomada horas depois do Jornal CORREIO DA BAHIA publicar declarações do coronel, responsabilizando dois secretários municipais pelos problemas com os uniformes. Em entrevista gravada por telefone, Guanais eximiu-se de culpa pelo atraso na entrega do uniforme.

Ele também culpou o ex-secretário de Administração, Oscimar Torres, e o titular da pasta de Serviços Públicos, Fábio Mota, pela falta de providências. Na entrevista, Guanais comentou o seu envolvimento com o lobista Gracílio Junqueira Santos, indiciado no inquérito da Operação Nêmesis, e apontado como articulador do esquema de fraudes nas licitações da PM.

O coronel justificou ainda diálogos telefônicos com Gracílio, em quatro conversas telefônicas comprometedoras, gravadas com autorização judicial durante a investigação do caso.

As escutas da Operação Nêmesis flagraram Guanais e Gracílio conversando em janeiro de 2009, quando foram noticiados problemas enfrentados pela Guarda Municipal, por conta do atraso na entrega das fardas. Em telefonema no dia 7 de janeiro, o comandante mostra preocupação com os atrasos na entrega das fardas.

“Guanais diz que o problema é que a Guarda atestou sem ter recebido o material”, revela a transcrição da conversa que consta no inquérito. No mesmo contato, Gracílio diz que Guanais “só intermediou” o contrato com a Guarda.

Em outras conversas, Guanais e Gracílio voltam a conversar para marcar encontros para tratar dos problemas do fardamento da corporação. O empresário frisa sempre que há coisas para serem combinadas apenas entre os dois.

Foram essas conversas que levaram a Delegacia de Repressão a Crimes Econômicos e Contra Administração Pública (Dececap) e o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Moralidade Administrativa (Gepan), do Ministério Público, a investigarem o coronel.

Ao CORREIO, o comandante disse que os problemas com o fardamento foram comunicados aos secretários. “Notifiquei os dois secretários sobre o atraso nas fardas. Cabia a eles tomar providências”, disse.

posta oor Jorge Magalhães

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