domingo, 16 de agosto de 2009

Empresário acusado de explorar prostituição encontra-se foragido

Denunciado pelo Ministério Público estadual por manter casa de prostituição e participar diretamente dos lucros obtidos com a atividade sexual desenvolvida por mulheres que viviam em condições “escravidão”, no município de Juazeiro (localizado a 500 km de Salvador), o empresário João Batista de Freitas, proprietário de uma das maiores casas de prostituição do Nordeste, encontra-se foragido.

O empresário fugiu na quinta-feira, dia 6, quando policiais civis buscavam dar cumprimento ao mandato de prisão preventiva decretado contra ele, que é acusado de manter um estabelecimento comercial conhecido como “Chalako Night Club”, onde, segundo o promotor de Justiça Rildo Mendes de Carvalho, eram promovidos shows de streap tease com profissionais do sexo utilizadas para atrair clientela masculina para o exercício da prostituição.

De acordo com o promotor de Justiça, 47 mulheres estavam trabalhando na boate, sendo que algumas delas residiam nos quartos existentes no próprio estabelecimento, que também os utilizava para a realização de programas. As mulheres contratadas pelo empresário, explica Rildo Mendes, eram reduzidas à condição de escravas, visto que ficavam proibidas de sair do estabelecimento sem o consentimento de João Batista, eram vigiadas pelos seguranças da casa e tinham que trabalhar das 21h até o fechamento da boate. Além disso, elas eram impedidas de deixar o estabelecimento sem que tivessem quitado as dívidas contraídas na loja de artigos femininos, mantida para consumo exclusivo delas, que compravam à prazo e, assim, estavam sempre em débito com o empresário.

Na denúncia, o promotor relata que João Batista divulgava o serviço das profissionais do sexo por meio de outdoors e internet. Isso, informou Mendes, para atrair a clientela masculina e aliciar mulheres de diversos estados. O representante do MP, lembra que, teve acesso a documentos que comprovam gastos do empresário com a elaboração e fixação dos outdoors, com diárias pagas pela hospedagem das profissionais em hotéis da cidade, passagens áreas oferecidas às mulheres que viessem se prostituir na “Chalako Night Club”, entre outros.

Segundo ele, as mulheres contratadas para realizar programas confirmavam que desenvolviam tal atividade com os clientes da boate, tendo que pagar R$ 50 ao empresário para utilizar um dos quartos da casa e R$ 70 se prestasse o serviço fora do estabelecimento.

PRISÃO

Em Setembro de 2007, Com mandado de busca e apreensão expedido pela juíza Mariângela Lopes Nardin, agentes da Polícia Civil fecharam a casa Challako Night Club por exploração de prostitutas. A operação resultou na prisão em flagrante de João Batista Freitas, conhecido na região como “Carlos” dono do estabelecimento, que anunciava a prostituição em outdoors espalhados na cidade.

De acordo com o delegado regional Charles Leão, que em 2007 realizou a prisão do empresário, as mulheres presentes no local eram mantidas em sistema de semi-escravidão. Elas foram ouvidas e liberadas. “O dono da casa mantinha uma agenda onde constavam débitos das mulheres que só podiam consumir produtos vendidos por ele, pagavam porcentagens dos programas feitos e eram impossibilitadas de ir embora, caso desejassem, enquanto não pagassem as dívidas existentes”, disse. Além do dono e de cerca de 20 mulheres, a polícia deteve ainda uns 30 homens, clientes da casa.

De acordo com o delegado, havia empresários engenheiros, dentistas, pessoas de classe média, que, ao serem detidos ”se mostraram incomodados expressando constrangimento diante da situação”. Todos foram ouvidos e liberados e se for constatada culpabilidade, serão indiciados depois.

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