segunda-feira, 31 de maio de 2010

SSP apresenta acusados de assassinar mãe de bebê abandonado




Acusados de assassinar Camila Pereira Frias, 20 anos, - a mãe do bebê Rickelmy Frias, abandonado em um carro em um condomínio da Avenida Paralela, no dia 10 deste mês - José Roberto dos Santos e Davi Gordo foram apresentados, nesta segunda-feira (31/05), na sede da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP). A descoberta dos acusados foi resultado de uma ação articulada entre o Sistema de Inteligência da Bahia (SI) e a Divisão de Inteligência e Planejamento Policial de Sergipe (Dipol).

A polícia afirma que Camila e o homem que a acompanhava, Jean Carlo, também assassinado, eram ligados à facção criminosa do PCC, de São Paulo. Os dois foram mortos após entregar um carregamento de 10 quilos de cocaína, endereçada ao Comando da Paz (CP), facção criminosa de Salvador à qual pertencem os acusados, para abastecer o mercado baiano.

Para não pagar pelo carregamento, José Roberto dos Santos e Daniel Café, o terceiro envolvido ainda foragido, executaram os dois, depois de simular um seqüestro das vítimas por parte da polícia local e obterem R$ 50 mil de resgate, pagos pelo PCC.

Após incursões realizadas no Presídio de Salvador, a polícia chegou até o detento conhecido como Davi Gordo, apontado como mandante do crime e um dos líderes do CP. A partir daí, as investigações chegaram até José Roberto, preso no sábado (28), em Aracajú. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Francineide Moura, a operação segue em busca de Daniel Café.

O secretário da Segurança Pública, César Nunes, afirmou que as incursões no presídio encaminharam as investigações também a duas residências localizadas em Itinga e na Avenida Suburbana. Nelas, foram encontradas armas como fuzis e metralhadoras, munição e drogas, que ajudaram na elucidação do caso.

“O duplo homicídio foi elucidado. Nós tivemos informações de que ocorreria uma retaliação do PCC contra a CP. Então, buscamos logo reforçar nosso policiamento e nossa Inteligência, que atuaram de maneira firme, e identificamos todos os autores do crime, evitando conseqüências piores”, ressaltou Nunes. O delegado chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, acrescentou que “a ação da polícia foi uma resposta apaziguadora para qualquer relação conflituosa existente”.

Processo sigiloso

As investigações duraram 21 dias até a prisão de José Roberto, que estava em liberdade condicional desde outubro de 2008, após cumprir nove anos de prisão por roubo. Nesse período, o bebê Rickelme foi encaminhado ao Juizado de Menores, onde permanece sob processo sigiloso, e os corpos de Camila e Jean foram encontrados nas proximidades do Rio Joanes, em Lauro de Freitas.

A delegada Francineide afirmou que a identificação do corpo de Camila aconteceu pelas impressões digitais, já que a mesma encontrava-se de posse do seu documento de identidade. O corpo de Jean, encontrado com as mãos decepadas, foi identificado pela própria polícia, que aguarda a procura dos parentes do rapaz. Os laudos laboratoriais, que permitem a constatação de torturas, ainda não foram concluídos.

Apesar de não confirmada a relação da jovem como esposa de um dos líderes do PCC, sabe-se que tanto ela quanto Jean operavam em ações de “bate-volta”, trazendo drogas de São Paulo para Salvador. “Recebe-se, em média, R$ 500 por este tipo de atividade”, informou Francineide Moura. Quanto à ficha criminal do mandante, Davi Gordo, a delegada ressaltou que o detento cumpre pena por roubo a banco e está preso há 12 anos.

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