terça-feira, 21 de setembro de 2010

Caso Bruno do Pega - “Princesas do Sertão” ouvidas em interrogatório

A Justiça Federal vai ouvir no próximo dia 06 de outubro outras duas integrantes da quadrilha acusada e processada pelo crime de tráfico internacional de pessoas, deflagrado em Feira de Santana. A audiência será às 09 horas.

Apesar da condenação de seis pessoas acusadas pelo mesmo crime, outras duas integrantes ainda não foram julgadas pela Justiça. São elas: Thayse de Lima Barbosa e Vera Lúcia Pereira dos Santos.

Tanto Thayse Barbosa quanto Vera Lúcia foram extraditadas a pedido da Justiça brasileira. Elas estavam presas na Espanha e somente agora serão interrogadas. Além dos interrogatórios, também serão ouvidas as testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público Federal (MPF). A defesa das acusadas não indicou testemunhas.

Mês passado, a Justiça Federal condenou seis pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes que variaram entre tráfico internacional de pessoas, quadrilha, concurso material e divulgação de dados reservados.

O CRIME

A denúncia do MPF foi desdobramento da Operação Princesas do Sertão, que desarticulou, há quase dois anos, uma quadrilha que aliciava mulheres em Feira de Santana para promover ou facilitar a saída delas para prostituição em clubes situados no balneário de Ibiza, na Espanha, e na cidade de Brescia, na Itália.

Das 11 pessoas denunciadas pelo MPF, foram condenados Adalto Ferreira de Andrade; Bruno Silva de Santana, Rogéria Matos de Santana, Ylana Caetano Dias, Cristine Leão Batista e Odemício dos Santos Dias a penas que variaram de 11 anos de reclusão, detenção e multa a prestações pecuniária e de serviços à comunidade. As rés Thayse de Lima Barbosa e Vera Lúcia Pereira dos Santos ainda respondem o processo. O MPF vai recorrer da absolvição de Frank Oliveira Borges e de César Negrão do Rosário. Fly da Costa Silva foi absolvido a pedido do MPF.
A quadrilha que atuava por meio de dois ramos - um italiano e outro espanhol - que aliciava mulheres no município de Feira. As passagens aéreas das vítimas eram compradas com cartões de crédito clonados por estelionatários de Salvador/BA e Vila Velha/ES. Para a compra dos bilhetes aéreos, eles violavam o sigilo funcional do sistema informático da Secretaria de Segurança Pública da Bahia a fim de obter dados pessoais dos titulares dos cartões a serem clonados. O crime era viabilizado por meio da senha de um policial civil, que tinha conhecimento de todo o esquema.

A investigação foi iniciada em fevereiro de 2008 com base em dados fornecidos pelo Departamento de Crimes contra a Vida, da Polícia Civil. Estima-se que, entre janeiro de 2007 e setembro de 2008, a quadrilha tenha enviado ou tentado enviar para a Europa 37 mulheres, em vôos que partiram dos aeroportos internacionais de Salvador, Guarulhos (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

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