domingo, 17 de julho de 2011

Mulher morre com suspeita de dengue hemorrágica em Feira de Santana


Uma mulher morreu com suspeita de dengue hemorrágica em Feira de Santana, e a família pretende processar o médico, que consideram ter sido negligente no atendimento.
A aposentada Antônia Chagas Lima, 65 anos, passou mal na última quarta-feira e morreu na quinta, 14. A certidão de óbito apontou choque irreversível, febre hemorrágica e dengue. O enterro aconteceu nesta sexta, 15.

Segundo o irmão, o motorista Matias Chagas Lima, o médico que atendeu a paciente na policlínica municipal do Parque Ipê limitou-se a examinar a garganta de Antônia, passou medicação, deixou-a de repouso e liberou a paciente com a recomendação de beber bastante água. “Nem um exame de sangue ele pediu, mesmo eu contando que ela tinha vomitado sangue duas vezes na quarta”, conta Matias.

Ele insistiu com a enfermeira, e o exame foi solicitado, com promessa de entrega do resultado para sexta. A paciente morreu antes. Na quinta de manhã, diante da piora do quadro, Matias levou a irmã de volta à policlínica. Ela tomou soro e foi encaminhada ao hospital estadual Clériston Andrade. “Aí ela ficou duas horas e meia dentro da ambulância da policlínica esperando atendimento. O médico do hospital disse que não tinha maca para ela ficar”, relata.

A mulher só entrou depois que o irmão apelou a um programa de rádio. “O carro da rádio veio e colocaram ela pra dentro. Mesmo assim, ainda passou quase uma hora pra ser atendida”, conta Matias. Como o Clériston Andrade vive permanentemente superlotado, Antônia ficou no corredor desde o início da tarde até o momento em que passou mal.

Foi levada para UTI, mas não houve mais jeito. Após o enterro, no distrito de Maria Quitéria, zona rural de Feira de Santana, Matias afirmou que está esperando orientação de um advogado, para abrir um processo contra o médico da policlínica, que não teve o nome revelado.

O secretário municipal de Saúde, Getúlio Barbosa, disse que ia pedir informações sobre o caso e abrir uma sindicância para apurar, se preciso até convocando a participação do Cremeb (Conselho Regional de Medicina), para avaliar o procedimento do médico. Ele afirmou que os profissionais de saúde são capacitados para diagnosticar e tratar casos de dengue. A diretoria do Clériston Andrade foi procurada mas não se manifestou sobre o caso.

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