sábado, 3 de março de 2012

Policiais são condenados por extorquir vítimas de falsos flagrantes


Dois policiais foram condenados por fazer parte de uma quadrilha que agiam extorquindo pessoas que, supostamente, estariam cometendo crimes e eram vítimas de flagrantes preparados. Além dos agentes, outros dois integrantes da quadrilha também foram condenados pela participação nos crimes. As penas variam de três a oito anos.

Os policiais Antônio Dante Barbosa Ferreira e Jurandir do Amor Divino e os seus comparsas Leonardo Sanches Gonçalves de Almeida e Geisom Sérgio Cerqueira da Fonseca foram denunciados, em abril de 2011, pelo Ministério Público estadual por formação de quadrilha.

Além deles, também integrava a quadrilha o policial civil Valmir Borges Gomes, que foi
morto por colegas da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) em uma troca de tiros na Avenida Paulo VI, no dia 2 de março de 2011. Na época, colegas de trabalho do oficial chegaram a paralisar as atividades em protesto à morte de Valmir.

Segundo informações do Ministério Público da Bahia, a quadrilha atuava arquitetando planos de abordagem contra pessoas que estivessem em "situação de erro", como vendedores de anabolizantes, de drogas, mercadorias sem notas fiscais, dentre outras, atraindo-as para um flagrante previamente preparado por eles e depois exigindo pagamento para não conduzir o suposto infrator para a delegacia.

Entenda o caso
Em março do ano passado, a vítima L.F.S. foi atraída por integrantes do grupo que disseram estar interessados na aquisição de lança-perfume. No local combinado, nas proximidades do Centro de Convenções, chegaram os policiais Antônio Dante e Valmir Borges.

Simulando um flagrante, os policiais ameaçaram a vítima de prisão e informaram que ela só seria liberada mediante o pagamento de R$ 3 mil. Dirigindo seu próprio carro e seguido pela quadrilha, L.F.S. procurou familiares, que, estranhando o comportamento dos policiais, entraram em contato com um delegado da Corregedoria da Polícia Civil, que, por sua vez, contatou com o delegado titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE).

O Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (COE) foia cionado e o grupo foi desarticulado após uma operação organizada pela DTE e COE. Na ação, houve troca de tiros e o policial Valmir foi morto, enquanto os demais comparsas fugiram.
Segundo a denúncia do MP, os réus já agiam juntos há mais de um ano.

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