terça-feira, 2 de outubro de 2012

Integrantes da New Hit serão soltos de presídio até sexta-feira



A previsão do advogado Cleber Nunes Andrade é de que os integrantes da banda New Hit, acusados de estuprar duas adolescentes em um ônibus depois de um show na cidade de Ruy Barbosa, sejam soltos do Presídio Regional de Feira de Santana até a próxima sexta-feira (05/10).

“Alguns familiares falaram comigo, outros mandaram mensagens. Todos querem saber quando eles irão sair. Mas o que eu digo a todos é que a previsão é até sexta-feira para não aumentar a ansiedade”, diz o advogado.

Nesta terça-feira (02/10), oito integrantes da banda representados por Cleber Nunes tiveram o pedido de habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. São eles: Guilherme Augusto Campos Silva, Eduardo Martins Daltro de Castro Sobrinho, Willia Ricardo de Farias, Michael Melo de Almeida, John Ghendow de Souza Silva, Jefferson Pinto dos Santos, Edson Bonfim Berhends Santos e Weslen Danilo Borges Lopes.

De acordo com o TJ, na ocasião, os advogados representantes do soldado Carlos Frederico Santos de Aragão e do dançarino Alan Aragão Trigueiros também requisitaram a extensão do habeas corpus e tiveram o pedido deferido.

Na decisão julgada na 2ª Turma da Primeira Câmara Criminal, os desembargadores Lourival Almeida Trindade (relator dos processos em questão e presidente da sessão), Nilson Soares Castelo Branco e Pedro Augusto Costa Guerra consideraram a conclusão do inquérito policial e a inexistência de antecedentes criminais dos acusados. 

O policial militar Carlos Frederico Santos de Aragão também está preso no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas. De acordo com o capitão Marcelo Pita, coordenador do Departamento de Comunicação Social da PM, não há data definida para liberação do soldado.

“Até o momento não chegou à Coordenadoria de Custódia Provisória nenhum documento ou determinação da Justiça. Já temos informação (do habeas corpus) através dos veículos de comunicação, mas até o momento não chegou nada. Quando o documento chegar, a decisão será cumprida imediatamente”, relata o capitão.

Denúncia do MP
Apesar da liberdade, os nove integrantes da banda e o soldado da PM foram denunciados pelo Ministério Público por estupro qualificado com características de crime hediondo. Para a promotora de Ruy Barbosa, Marisa Jansen, as jovens foram sexualmente abusadas repetidas vezes e com extrema violência.

Segundo o advogado, a denúncia do MP não interfere na decisão do TJ, pois os acusados "podem aguardar a decisão em liberdade".

De acordo o Ministério Público, as adolescentes foram abusadas várias vezes dentro de um ônibus estacionado na Praça Santa Tereza, no centro de Ruy Barbosa, com uso de "extrema violência" e "em alternância". Os acusados foram presos em flagrante na mesma madrugada.

As duas adolescentes viajaram de Itaberaba para Ruy Barbosa para participar de uma micareta e no final do show da New Hit foram até a banda pedir autógrafos e tirar fotos.  Nesse momento, um dos músicos sugeriu que elas fossem até o ônibus.

Já no veículo, elas começaram a sofrer abusos imediatamente por parte dos dançarinos Alan, Wesley e Guilherme e do vocalista, conhecido como Dudu. Segundo a promotora, as jovens pediram para que eles parassem, no que não foram atendidas.

Um dos acusados, William, puxou as adolescentes pelos cabelos e deu tapas na cara de uma das jovens, arrastando-a para o banheiro onde, com Wesley, começou a primeira sessão de estupro.

Logo depois, Michel e Guilherme entraram no banheiro e passaram a estuprar a jovem em sequência. Durante todo o tempo, a adolescente era xingada e agredida fisicamente. A mesma vítima ainda foi estuprada foi Alan e Edson dos Santos.

Com a outra adolescente, a promotora descreve os atos dos acusados de "vis e animalescos". Dudu foi o primeiro a estuprá-la, seguido por Jhon. A vítima até então era virgem, diz o MP, informação confirmada por laudo pericial. Ela também foi xingada e agredida todo o tempo.

Após o estupro, as vítimas foram retiradas do veículo por um dos seguranças, o que foi caracterizado pela promotora Jansen como uma "absurda humilhação e violência".

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