terça-feira, 13 de novembro de 2012

Delegado trabalha com a hipótese de execução em morte de advogado



A polícia descarta a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte) no caso do assassinato do advogado Urbano Nascimento Júnior, de 28 anos, na cidade de Rio Real, no interior da Bahia. O crime ocorreu no sábado (10/11). De acordo com o delegado titular da cidade, Geuvan  Franca, uma testemunha que presenciou o assassinato foi ouvida nesta segunda-feira (12).

"Ouvimos uma testemunha ocular. A possibilidade de assalto está asfatada, com certeza foi execução. A carteira dele, com R$ 100, o celular, tudo estava no carro", afirmou Franca.

Segundo o delegado, a testemunha contou à polícia que um suspeito, que estava em uma moto, seguiu o carro do advogado, se aproximou e fez um disparo, que o atingiu nas costas. Geuvan Franca informou que a testemunha relatou também que a vítima tentou fugir e o veículo dela foi alvejado outras cinco vezes. Segundo o delegado, esses disparos não chegaram a atingir a vítima, que morreu no local. "Ele [advogado] perdeu o controle do carro e entrou em um sítio de laranja", disse Franca.

O delegado de Rio Real afirmou que até a noite desta segunda-feira nenhum suspeito foi localizado. De acordo com familiares, que preferem não se identificar, o advogado seguia para a casa de um amigo quando o crime ocorreu. Um familiar relatou que a vítima nunca comentou sobre possíveis ameaças sofridas por ele. "Ele era um pouco temperamental. Era tranquilo, mas em situação incômoda era impulsivo", afirmou um familiar da vítima.

Ainda de acordo com a família, o advogado nasceu em Rio Real, se formou em Direito na Universidade de Tiradentes, em Estância (SE), e sempre trabalhou.

Em entrevista a presidente da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB), subseção de Alagoinhas, Maryella Gomes, disse que a entidade está solidária à família do advogado e se mobiliza no intuito de cobrar dos órgãos responsáveis pela elucidação do crime celeridade no processo.

Caso

O advogado foi assassinado por volta das 12h de sábado (10), no município de Rio Real. De acordo com informações de Rodrigo Vasconcelos, colega de profissão da vítima, o crime aconteceu no Loteamento Primavera, bairro um pouco afastado do centro da cidade.

De acordo com a polícia, o advogado teria sido agredido por policiais militares duas vezes em 2012. Segundo o delegado Geuvan Franca, em janeiro a vítima se envolveu em uma discussão com PMs após tentar defender uma testemunha. Em julho, o advogado voltou a ser agredido após se negar a parar o veículo em uma abordagem da PM.

De acordo com o delegado, na maioria das vezes, o advogado defendia pessoas que tinham problemas na Justiça com a polícia. Franca afirmou que vai investigar se houve a participação de PMs no crime contra o advogado.


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