sábado, 19 de abril de 2014

Prisco manda recado e PMs baianos descartam nova greve

Preso pela Polícia Federal na tarde desta sexta-feira (18/04), o vereador Marco Prisco, líder da greve promovida nesta semana pela Polícia Militar da Bahia, orientou os membros de sua associação a não retomar a paralisação em protesto contra a detenção.

A informação foi confirmada na noite desta sexta-feira pelo advogado e por dirigentes da Aspra (Associação dos Policiais e Bombeiros da Bahia), a associação comandada por Prisco.

O recado arrefeceu os ânimos dos policiais que se reuniram nesta noite para discutir a possibilidade de uma paralisação motivada pela prisão de Marco Prisco, que é vereador em Salvador pelo PSDB.

Prisco foi detido pela Polícia Federal pela tarde, na região da Costa do Sauípe (litoral norte da Bahia). Segundo o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, ele estava em um resort - a defesa nega e diz que ele foi preso no caminho do hotel, onde seguia para descansar com a família.

A Procuradoria pediu a prisão no curso de uma ação referente a greve anterior da categoria, de 2012. O pedido, contudo, foi feito na última segunda-feira, quando a nova paralisação foi iniciada na terça-feira- já era iminente. A Procuradoria reconhece que o pedido foi feito em razão da ameaça de nova greve, que acabou se concretizando.

Como a ordem de prisão partiu da Justiça Federal, o soldado foi levado de helicóptero ao aeroporto de Salvador, de onde seguiu para o complexo penitenciário da Papuda, em Brasilia.

A detenção veio um dia após os grevistas fecharem acordo com o governo Jaques Wagner (PT), que ontem negou relação com a prisão e disse que mantém os itens acertados com a categoria. O comando da PM emitiu nota conclamando os policiais a se manterem em serviço.

No acordo que encerrou a greve, o governo Wagner aceitou elevar gratificações por funções e abrir nova discussão sobre o código de ética da corporação e plano de carreira.

Mesmo com o reforço de tropas federais, que permanecem no Estado, a greve foi marcada pelo aumento da violência no Estado: houve saques e ao menos 52 homicídios na Grande Salvador em 46 horas uma média de cinco casos por dia.
Com a notícia da prisão, PMs começaram a se mobilizar para uma assembleia. Alguns anunciavam a possibilidade de nova paralisação.

ASSEMBLEIA

Por meio de redes sociais, os policiais convocaram uma assembleia para a câmara Municipal, no centro de Salvador. Cerca de cem pessoas se concentraram no local, mas nenhum líder apareceu para comandar a reunião. Não houve oradores.

Por volta das 22h, o tenente coronel Edmlson Tavares, presidente da associação de oficiais Fora Invicta, telefonou para policiais da entidade que estavam na Aspra, pedindo para que o grupo se dispersasse para evitar confrontos com forças federais que foram para a cidade reforar o policiamento durante a greve.

Cerca de uma hora antes, os policiais presentes na Aspra haviam hostilizado e vaiado policiais da Força Nacional e até da própria Polícia Militar que passaram em carros das corporações. Por volta das 22h30, a Aspra ja estava vazia.

RECUO

Aspra emitir uma nota de repúdio ao governo e conclamar os policiais a uma nova paralisação, o deputado estadual Capito Tadeu (PSB) -que também policial- recuou.

“Pedi para os policiais ficarem aquartelados para acalmar os ânimos e evitar qualquer tipo de ao isolada” afirmou Folha o deputado, descartando a convocação de uma nova greve.

Um grupo de filiados associação de Prisco dever chegar Brasília neste sábado (19/04) para definir um cronograma de ações contra a prisão do policial.


Informações da Folha de São Paulo 

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